Um anjo se fez no furor dos dias,
a Vida chamá-lo em confissão.
E quedou nas terras vestido de parda oração,
o Amor lhe ser arrimo de sagração.
Por muitas Eras sonhou o anjo seus negros cabelos,
ser éter de salvação!
O anjo não voava pois a verdade não é feita de asas!
O anjo só lacrimejava a alegria do seu orar,
ser o destino a lhe louvar.
E foi-se a andar pelos chãos seu terço derramar.
A vida e Morte o acompanhavam
visto serem elas, a fusão do perpétuo criar!
Dia feito a lua caiu em seus cabelos de parda ternura!
E a prata brilhou dos seus dedos de alvura!
Dia feito o sol encheu seus pés de chama e
ele flutuou pelo seu coração afundado em brandura!
Mas não era dia nem tarde;
apenas uma noite de tempestade!